sábado, 16 de agosto de 2008

Cadê a educação?

O sistema educacional brasileiro é composto por quatro etapas: a educação infantil (crianças de zero a seis anos de idade), o ensino fundamental (abrange a faixa etária de sete à catorze anos), o ensino médio (com duração de três a quatro anos) e o ensino superior (graduação e pós-graduação).

A educação é dever do Estado, conforme determinado em nossa Constituição, devendo ser assegurada mediante a garantia de ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive para aqueles que são portadores de necessidades especiais ou aqueles que não tiveram acesso na idade própria.

Sabemos, porém, que esta educação, que deveria ser universal, não atinge a todos e ainda é precária aos que dela usufruem.

Dados do IBGE mostram que houve melhorias significativas na situação da educação no Brasil nas últimas décadas. Houve aumento na quantidade de pessoas matriculadas em escolas públicas, queda substancial da taxa de analfabetismo, aumento regular da escolaridade média e da freqüência escolar.

Ainda assim, a qualidade do ensino promovido pelo governo continua deficiente em muitos aspectos, tais como instalações, qualificação e remuneração dos profissionais da área. Os reflexos desta situação na aprendizagem são observados nas avaliações periódicas aplicadas pelo próprio governo (Prova Brasil, ENEM etc).

As verbas investidas em educação são muito pequenas (correspondem a 3,9% do PIB brasileiro de acordo com a Agência Brasil), até mesmo se comparadas a outros países da América Latina.

O Chile, por exemplo, que aplica grandes quantias na educação básica e nas universidades públicas, ampliou o acesso e a qualidade do ensino. No Brasil o acesso ao ensino universitário ainda se restringe a poucos.

O resultado dos investimentos chilenos é visível, colaborando com o crescimento da economia do país.

Com base no exemplo do Chile e de outros países que investem muito (e com qualidade) na educação, é possível concluir que não adianta cuidar primeiro da quantidade e depois da qualidade como vem acontecendo no Brasil, pois estes são dois aspectos inseparáveis e o risco é adiar indefinidamente o ensino de qualidade para todos.

O capital investido para se oferecer melhor formação é compensado com um maior número de futuros bons profissionais, ou seja, mão-de-obra qualificada para atender as necessidades de crescimento da economia.

Além disso, a educação é fundamental para formar um povo mais consciente e bem preparado, com condições de enfrentar os desafios da atualidade com criatividade e inovação, impulsionando sempre a nação para o progresso e confirmando aquilo que muitos outros países já comprovaram: que a educação é um investimento a longo prazo.

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